Processo de formação continuada de professores

Atualmente, o papel do professor/a sofreu uma mudança radical, no sentido que cada vez mais as aulas são centralizadas nos alunos.

Ou seja, hoje o papel do professor/a não é somente o de proporcionar conhecimento, e sim também o de mediar informações e conhecimentos prévios. 

A princípio, podemos pensar que esse papel é mais fácil, pois só é preciso mediar sem ter que expor nenhum assunto.

Porém, o papel de mediador é bem mais difícil que o de expositor, pois este papel exige que o profissional de ensino esteja sempre atualizado, justamente para avaliar se as informações pesquisadas na internet pelos alunos, são coerentes e verdadeiras.

Além disso, o docente tem que estar também atualizado nas diferentes mídias e tecnologias da informação e comunicação.

Portanto, a formação continuada de professores é imprescindível para o bom desempenho desse profissional e também a qualidade do ensino de maneira geral.

Como precisa se efetivar o processo de formação continuada

Para se medir a qualidade do ensino de formação continuada para professores é preciso separar o conceito de treinamento do de formação.

Neste sentido, muitas instituições escolares oferecem cursos que são ministrados por especialistas em determinados assuntos para formação de professores. 

No entanto, tais cursos desconhecem a realidade desses professores e seus problemas em seus polos de ensino. Portanto, se um curso não considera situações históricas e pontuais de cada profissional ele está pautado no treinamento e não na formação.

Por outro lado, se o currículo de um curso de formação continuada questiona e problematiza o futuro dos educadores. 

Ou seja, se ele discute  como eles aplicarão o que foi apreendido na sala de aula por meio de suas ações concretas, ele está alinhado com o processo de formação e não de treinamento.

Neste sentido, o currículo de um curso de formação continuada precisa unir teoria e prática, no sentido de unir conhecimentos adquiridos com situações concretas que possam surgir em sala de aula.

Segundo a pesquisadora Bernadete Angelina Gatti, em muitos cursos de formação, falta a articulação das teorias com a complexidade do espaço da sala de aula. A partir dessa carência, o educador necessita de atualizações constantes.

Formação continuada e psicologia da educação

A formação continuada dos professores aponta para uma formação educacional na linha da psicologia da educação e não uma formação somente disciplinar.

Para dar um exemplo, uma formação para professores de biologia não deve formar biólogos e sim professores de biologia.

Neste sentido, é preciso conectar teoria e prática por meio de reflexão e análise. Ou seja, a teoria da disciplina com a prática do ensino, ligando a psicologia da educação com o conhecimento a ser desenvolvido.

Portanto, os objetivos da formação continuada precisam estar de acordo com a complexidade do ensino de cada disciplina.

As mudanças do ensino frente a novas demandas da educação vem das ações pensadas e refletidas a partir da realidade social e histórica da escola.

Se não se levar em conta as especificidades de cada ambiente escolar, as situações concretas em sala de aula, e a complexidade de cada disciplina frente ao ensino, não se está fazendo uma boa formação de professores.

Realidade da sala de aula e formação

Toda a formação continuada precisa levar em conta a realidade concreta de cada sala de aula e escola. Portanto os problemas que os professores têm em seu cotidiano devem ser discutidos nessa formação.

Ao invés de discutir teorias abstratas, deve-se buscar uma conexão das mesmas com

a prática, por meio da reflexão e da análise. 

Assim, precisamos trazer a realidade social e histórica do ensino para o processo de formação, Neste sentido, os ajustes e mudanças que precisarão ser feitos virão de ações refletidas e pensadas dentro da realidade cotidiana.

Para concluir este tópico, para que a formação continuada tenha eficácia verdadeira é preciso que ela seja um processo dinâmico que proponha ao novo docente pesquisar e refletir sobre sua prática.

Esta ação vai proporcionar para esse docente um saber educacional que justifique a sua prática.

Objetivos da formação continuada

Nos dias de hoje as demandas no ambiente escolar foram totalmente transformadas. Neste sentido, a formação continuada tem o papel fundamental de fazer com que os professores acompanhem o novo ritmo de aprendizagem dos alunos.

No entanto, diante de todas essas mudanças podemos elencar como objetivos principais:

  •  Proporcionar a reflexão das práticas pedagógicas  
  •  Melhoria do processo de ensino/aprendizagem.
  • Trazer para realidade os conhecimentos construídos no dia a dia
  • Capacitar os professores para resolução de conflitos em questões que envolvem colegas e pais de alunos.

Principais benefícios da formação continuada

Basicamente, quando os professores buscam aprimorar seus conhecimentos pedagógicos, ao mesmo tempo eles buscam aplicá-los no cotidiano escolar. Com essa ação o espaço escolar terá um novo sentido. 

Assim, todo conhecimento apreendido pelos professores em formação irá beneficiar os alunos da escola.

Podemos separar alguns benefícios mais importantes que a formação continuada traz para dentro da escola:

  • Engajamento dos alunos: Novas propostas pedagógicas fazem que as aulas saem da rotina por trazer mais significação ao ensino
  • Construção de novas estratégias: O professor no processo de formação construirá novos caminhos pedagógicos, superando problemas cotidianos.
  • Aulas mais dinâmicas: como resultado da reflexão sobre como planejar as aulas, os professores criarão aulas mais dinâmicas por meio de perguntas como: para quem e como fazer.
  • Percepção sobre as dificuldades de aprendizagem: Os recursos adquiridos na formação faz com que os professores auxiliem melhor os alunos com dificuldades, pois na formação são estudadas as particularidades da aprendizagem.

Conclusão e discussão

Para concluir este artigo, vimos a importância da formação continuada no cotidiano dos professores. No entanto, ainda existem muitos problemas tanto no cotidiano das salas de aula como em alguns programas de formação.

Geralmente esses problemas são ligados às especificidades de cada ambiente escolar e até de cada sujeito envolvido no processo de ensino/aprendizagem.

No momento educacional atual tem-se percebido uma evolução das propostas educativas para áreas técnicas e de competências.

Esta característica está presente no âmbito escolar e também no âmbito da formação. Ou seja, no âmbito escolar é cada vez mais visível o desenvolvimento de competências técnicas voltadas para o mundo do trabalho.

Com isso acontece o esvaziamento do conteúdo científico, histórico, cultural, tecnológico e artístico.

Neste sentido, cabe aos professores cobrar e questionar as lacunas em sua formação em torno de áreas que são importantes para o aprendizado integral dos jovens e crianças.

Pedro Guimarães – Mestre em música na área de Etnomusicologia pela UNESP. Professor de Música e Arte Educador nas seguintes Instituições: Serviço Social da Indústria (SESI); Centro de Educação Unificada da prefeitura (CEU); Faculdade Anhembi Morumbi; e Instituto Paulo Vanzolini (Formação de Professores). Músico multi-instrumentista e compositor de trilha sonora.

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