Papel do Orientador educacional

Este texto tem a intenção de esclarecer qual o papel do orientador educacional dentro do âmbito escolar.

Basicamente, a gestão escolar é desenvolvida por alguns atores dentro do quadro escolar. Assim, uma escola para ter um ótimo desenvolvimento precisa ter um quadro de gestores que são: O diretor/a; o coordenador/a; o orientador/a.

No entanto, todos estes papéis estabelecem relações internas e externas. As relações internas são feitas com os alunos, pais de alunos e comunidade.

As relações externas são feitas com o supervisor de ensino, secretaria de educação e outras instituições.

Porém, para que a escola funcione bem e amplie a sua qualidade de ensino é preciso que se estabeleça um circuito comunicativo entre os gestores. Portanto, de maneira sintetizada podemos vislumbrar este circuito da seguinte maneira:

  • Direção: Supervisiona a qualidade administrativa e pedagógica. 
  • Coordenação: Tem comunicação com os professores e o diretor e se encarrega das melhorias pedagógicas.
  • Orientação: fica mais próxima dos alunos, pais e comunidade se comunicando com os professores, coordenador e diretor.

Papel do orientador educacional e sua formação

O papel do orientador educacional é criar uma ponte entre os alunos, professores, coordenador e diretor. No entanto, para fazer isso este profissional precisa estar ciente de tudo que envolve os alunos, pais e comunidade para orientar e determinar maneiras de resolução de conflitos e problemas.

A sua formação é diferente da do professor pois não precisa focar em uma disciplina específica. Assim a sua formação precisa ser em pedagogia e pós-graduação em orientação educacional.

O orientador atua especificamente no processo de aprendizado alinhado com as diretrizes da escola e também desenvolve os valores objetivados por esta instituição.

Pequena história da orientação educacional

A orientação educacional tem origem na orientação vocacional no início do século XX. O procedimento de tal profissional era focado em orientar os alunos na escolha de uma profissão ou ocupação.

A profissão deste orientador surgiu em Detroit em 1912 com intuito de trabalhar o aspecto vocacional e social dos alunos.

No Brasil o surgimento do orientador educacional se deu na década de 20 e a sua característica seguia os moldes norte-americanos e franceses. Ou seja, a de um profissional que aconselhava os alunos em questões vocacionais.

No entanto, o Brasil foi o primeiro país do mundo a tornar esta profissão obrigatória nas escolas pela lei promulgada em 1942 na Reforma Capanema.

Áreas de atuação do orientador educacional

Para saber de maneira mais completa qual a área de atuação do orientador educacional é preciso conhecer primeiro as modificações que a escola sofreu ao longo do tempo.

Ou seja, a escola passou por muitas reformulações e uma das mais importantes foi se transformar em uma instituição que trabalha para o desenvolvimento integral dos alunos.

Portanto, atualmente a escola não é somente uma instituição de ensino mas sim uma instituição formadora. Assim, ela oferece o desenvolvimento global dos alunos nos diferentes aspectos como; físico, intelectual, social, emocional, moral, vocacional e profissional.

Para atender a todos estes aspectos de formação o aluno precisa ficar mais tempo na escola. No entanto, nesta nova escola a função do orientador educacional se volta para o desenvolvimento pessoal e social do aluno.

Porém, para desenvolver estes aspectos o orientador educacional precisa conhecer as características da escola e da comunidade.

Além disso, ele precisa prestar assistência profissional realizada por meio de técnicas e métodos pedagógicos.

Portanto, o orientador precisa ter conhecimento das características pessoais dos alunos  e de seu ambiente sócio-cultural.

A partir de agora veremos mais especificamente a atuação do orientador educacional com todos os núcleos que envolvem o educando.

A orientação educacional voltada para a família do aluno

O orientador educacional precisa participar da integração entre escola, família e sociedade.

Neste sentido, ele precisa compreender o papel da família e da escola.

Assim, a família precisa atuar no provimento de recursos necessários para sobrevivência, saúde afeto e primeiros ensinamentos deste aluno. 

Por outro lado, a escola se encarrega de propiciar a educação formal para esta criança ou jovem.

No entanto, para que se cumpra integralmente a função formadora da escola é preciso o estabelecimento comunicativo entre escola e família.

Assim, o papel do orientador educacional é estabelecer esta comunicação e cuidar para a sua manutenção.

Para que esta comunicação se mantenha ele precisa respeitar os valores desta família e obter a sua colaboração.

Orientador educacional e integração dos alunos

O novo modelo escolar faz com que os alunos permaneçam muito tempo na escola. Portanto, esta instituição torna-se uma sociedade para os alunos. No entanto, para que o aluno sinta-se integrado à esta sociedade a função do orientador educacional é crucial.

O orientador por meio de projetos pedagógicos e outros eventos, precisa transformar a escola em um ambiente agradável e interessante para os alunos. 

No entanto, este ambiente precisa fornecer qualidade que vão além do desenvolvimento intelectual focando para o desenvolvimento sadio do educando.

Vale lembrar que experiências positivas ou negativas no ambiente escolar irão marcar este aluno para toda a sua vida. Portanto, a função deste orientador é promover um espaço que trabalhe os efeitos de discriminações, bullying e conflitos. 

Neste sentido, o orientador deve desenvolver técnicas de aconselhamento para ajudar a resolver situações difíceis para quem foi vítima de preconceitos. Por outro lado, ele também precisa desenvolver orientação para quem exerce a descriminação.

Desenvolvimento emocional e físico dos alunos e a orientação educacional

A função primordial da escola é o ensino, mas cada vez mais esta instituição aponta para o desenvolvimento integral dos alunos.

Neste sentido, para desenvolver o ensino de maneira mais certeira a escola precisa ver o aluno como um ser complexo.

Ou seja, o aluno desenvolve não só o seu aspecto intelectual mas também o afetivo-emocional, físico-motor,social, sexual, vocacional, enfim, todos os aspectos de sua personalidade.

Diante desta complexidade, os problemas relacionados a todas estas áreas irão influir no aprendizado. Portanto, os problemas relacionados com elas fazem parte das atribuições do orientador educacional.

Neste sentido, o orientador educacional irá atuar com objetivo de prevenir ocorrências originadas do desequilíbrio emocional dos alunos relacionado com todas essas áreas da personalidade.

Contudo, ele precisa estar em diálogo com uma rede multidisciplinar. Ou seja, ter comunicação com médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

Além disso, precisa estar em comunicação com pais e professores para mediar qualquer situação de conflito ou desajuste.

Pedro Guimarães – Mestre em música na área de Etnomusicologia pela UNESP. Professor de Música e Arte Educador nas seguintes Instituições: Serviço Social da Indústria (SESI); Centro de Educação Unificada da prefeitura (CEU); Faculdade Anhembi Morumbi; e Instituto Paulo Vanzolini (Formação de Professores). Músico multi-instrumentista e compositor de trilha sonora.

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