Como a titulação ajuda na carreira docente
Muitos fatores integram a carreira docente do ensino básico das escolas públicas. Entre eles estão os diferentes cargos, as jornadas de trabalho e os subsídios por titulação.
Neste texto vamos compreender também como se dá o programa de ensino integral e as gratificações por dedicação exclusiva para professores e gestores. Este texto será focado nas mudanças que ocorreram no plano de carreira dos professores das escolas estaduais de São Paulo.
Além disso, veremos algumas diferenças entre a jornada de trabalho completa e a ampliada. É importante lembrar que o novo plano de carreira docente está baseado nas trilhas de carreiras divididas em 3: Regência, especialista educacional e gestão educacional.
Dentro de todos estes fatores veremos como a titulação ajuda na carreira docente e nos subsídios, lembrando que a titulação é referida a licenciatura plena, mestrado e doutorado.
Novas funções nas escolas e trajetória do professor
Para compreender melhor como acontece a carreira do professor do ensino básico é preciso estabelecermos uma Trajetória. Primeiro o professor entra no estágio probatório onde ele será submetido a curso de formação e avaliação de desempenho, este período dura 3 anos.
Este curso é focado no desenvolvimento de competências e habilidades, posteriormente este profissional irá adquirir sua estabilidade condicionada ao desempenho satisfatório.
A titulação ajuda também na carreira e remuneração após o término do estágio probatório. Assim, se o professor tiver titulação de mestre ou doutor e que tenha desenvolvido uma pesquisa aplicada em educação básica ou gestão educacional, seguirá uma tabela de subsídios diferente com remunerações maiores.
A jornada de trabalho influi também nos subsídios assim, na jornada de 25 horas semanais existe um valor para estes subsídios e na jornada de 40 horas um valor maior.
Novo plano de carreira em São Paulo
Por meio da lei complementar 1374/2022 foi implantado o novo plano de carreira para professores da rede estadual de São Paulo.
Portanto, existe um mecanismo de subsídios que o professor pode começar com o salário de 5 mil reais, podendo chegar a 13 mil para uma carga horária de 40 horas semanais.
Assim, a cada dois anos os professores passam por uma avaliação para aumentar seu status em sua carreira. A carreira docente se dá por meio da avaliação de desempenho e desenvolvimento.
- Desempenho: O professor pode evoluir no status de sua trilha por meio da avaliação de competências, e habilidades ligadas a conhecimento técnico-científico, habilidades de didáticas aplicadas, práticas pedagógicas, engajamento e prática profissional.
- Desenvolvimento: Nesse quesito será observado as competências adquiridas pelo docente por meio de cursos de formação e atualização. Além disso, será avaliado o aperfeiçoamento profissional e também o desenvolvimento dos professores na pós-graduação. Neste sentido serão pontuadas as produções científicas que o professor desenvolveu relacionadas com a sua prática pedagógica.
A avaliação dos professores será de dois em dois anos por meio de provas, coordenada pela secretaria de educação.
Até aqui você viu como os cursos de formação e a titulação podem influenciar na avaliação dos professores. Agora vamos entender um pouco sobre as trilhas.
Carreira docente e trilhas
A carreira docente será organizada em 3 trilhas, uma principal e as outras complementares. portanto as trilhas da carreira docente serão:
- Regência: Trilha principal de desenvolvimento. Esta trilha visa o desenvolvimento de professores especializados na classe e salas de aula.
- Especialista Educacional: Docentes que almejam ocupar posições de especialistas em área de currículo, planejamento, avaliação tecnologia e outras
- Gestão educacional: Desenvolvimento de competências de liderança para professores que querem ocupar posições de gestão escolar e diretoria de ensino.
Além destas trilhas na carreira dos professores, a nova norma também cria novas funções para o ensino. Entre elas estão: Especialista em currículo; coordenador de gestão pedagógica; coordenador de organização escolar. Vale lembrar que estas funções estão relacionadas com os graus de diferentes formações.
Tabelas de subsídios levando em conta a titulação
O novo plano de carreira apresenta uma tabela de subsídios que leva em conta as titulações acadêmicas. Assim, o professor fica 3 anos no estágio probatório, depois ele ascende ao status 1 do plano de carreira.
A partir disso, se ele possuir mestrado ele pode passar para uma carreira com ganhos maiores, se tiver doutorado pode passar ainda para ganhos superiores.
Para entender melhor abaixo estão os ganhos para cada status e categorias. Vale lembrar, que o subsídio é o valor acrescentado ao salário posteriormente á uma avaliação que o professor é submetido a cada 2 anos.
Salários com subsídio para professores com licenciatura ( categoria L)
| 40 horas semanais | 25 horas semanais | |
| L1 | 5.000 | 3.125 |
| L2 | 5.500 | 3.437 |
| L3 | 6.100 | 3.812 |
| L4 | 6.600 | 4.125 |
| L5 | 7.200 | 4.500 |
| L6 | 7.700 | 4.812 |
| L7 | 8.300 | 5.187 |
| L8 | 8.800 | 5.500 |
| L9 | 9400 | 5.875 |
| L10 | 9.900 | 6.187 |
| L11 | 10.500 | 6.562 |
| L12 | 11.000 | 6.875 |
| L13 | 11.600 | 7.250 |
| L14 | 12.300 | 7.687 |
| L15 | 13.000 | 8.125 |
Salários com subsídio para professores com mestrado ( categoria M)
Vale lembrar que os salários iniciais são ainda na categoria L, a partir do status 2 a categoria muda para M.
| 40 horas semanais | 25 horas semanais | |
| L1 | 5.000 | 3.125 |
| M2 | 5.775 | 3.609 |
| M3 | 6.405 | 4.003 |
| M4 | 6.930 | 4.331 |
| M5 | 7.560 | 4.725 |
| M6 | 8.085 | 5.053 |
| M7 | 8.715 | 5.446 |
| M8 | 9.240 | 5.775 |
| M9 | 9.870 | 6.168 |
| M10 | 10.395 | 6.496 |
| M11 | 11.025 | 6.890 |
| M12 | 11.550 | 7.218 |
| M13 | 12.180 | 7.612 |
| M14 | 12.915 | 8.071 |
| M15 | 13.650 | 8.531 |
Salários com subsídio para professores com doutorado ( categoria D)
Vale lembrar que os salários iniciais são ainda na categoria L, a partir do status 2 a categoria muda para D.
| 40 horas semanais | 25 horas semanais | |
| L1 | 5.000 | 3.125 |
| D2 | 6.050 | 3.781 |
| D3 | 6,710 | 4.193 |
| D4 | 7.260 | 4.537 |
| D5 | 7.920 | 4.950 |
| D6 | 8.470 | 5.293 |
| D7 | 9.130 | 5.706 |
| D8 | 9.680 | 6.050 |
| D9 | 10.340 | 6.462 |
| D10 | 10.890 | 6.806 |
| D11 | 11.550 | 7.218 |
| D12 | 12.100 | 7.562 |
| D13 | 12.760 | 7.975 |
| D14 | 13.530 | 8.456 |
| D15 | 14.300 | 8.937 |
(Lei Complementar 1.374/2022)
Funções escolares: Atribuições e requisitos
Agora veremos como estão distribuídas as novas funções escolares e suas atribuições. Além disso, veremos o que é preciso para pleitear estas funções dentro do ensino básico estadual de São Paulo. Entre estas funções estão:
Supervisor educacional
O supervisor escolar acompanha as escolas no planejamento, além de orientar e assessorar os aspectos pedagógicos e de gestão.
Esta função está também direcionada para a implementação de políticas educacionais. Ou seja, o supervisor escolar orienta o dirigente regional na implementação, monitoramento e avaliação das políticas.
No entanto, os requisitos exigidos para esta cargo são:
- Ser professor do ensino fundamental ou médio
- Possuir licenciatura plena
- Possuir 3 anos de experiência em política educacional
Coordenador de equipe curricular
As atividades do coordenador de equipe curricular estão relacionadas com o professor especialista e com o currículo. Portanto ele coordena as atividades dos professores especialista e implementa, monitora e avalia as políticas educacionais e o Currículo Paulista.
Vale lembrar que este profissional está sempre em articulação com a equipe de supervisão de ensino.
Os requisitos exigidos para esta cargo são:
- Ser professor do ensino fundamental ou médio
- Possuir licenciatura plena
- Possuir 3 anos de experiência em docência e política educacional
Professor especialista em currículo
Este profissional trabalha com foco nos professores especialistas e docentes. Ou seja, ele oriente e forma estes professores em 2 ações:
1- Apoios pedagógicos e educacionais
2- Implementações das políticas educacionais e Currículo Paulista
Os requisitos são os mesmos do cargo anterior.
Coordenador de organização escolar
Este profissional é direcionado para questões administrativas e educativas, assim, ele tem a função de gerir atividades de apoio aos alunos e trâmites administrativos. Além disso, ele orienta as atividades pedagógicas e os servidores.
os requisitos são os mesmos das funções acima
Diretor escolar
Esta função é responsável pela gestão administrativa, financeira e pedagógica visando a qualidade do ensino e a equidade entre os alunos.
Os requisitos exigidos para esta cargo são:
- Ser professor do ensino fundamental ou médio
- Possuir licenciatura plena
- Possuir 3 anos de experiência em docência e conhecimento de gestão escolar
Conclusão
Este texto teve a intenção de informar sobre as novidades sobre planos de carreira para professores e também vislumbrar quais vantagens que a formação docente pode proporcionar na carreira.
Portanto, fazer pós-graduação, mestrado e doutorado é sempre vantajoso frente às novidades de ganhos e carreiras que são oferecidos atualmente.
Outro aspecto de apostar em formação profissional é focar em gestão educacional, pois todo professor que possui uma certa experiência no ensino pode almejar outras funções dentro da gestão educacional.
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