Principais vantagens da avaliação formativa

Geralmente as avaliações são feitas como método de mensuração do conhecimento. Ou seja, ao final de cada período os professores aplicam uma prova de conhecimentos sobre o conteúdo para ter uma ideia do desenvolvimento da turma. 

A avaliação formativa é uma avaliação que se adequa com os modelos educacionais centrados no aluno como as metodologias ativas, propostas interdisciplinares e modelos de ciclos de aprendizagens.

Esta avaliação é feita durante o processo pedagógico e avalia o aluno em sua relação com o conhecimento. Portanto, ela serve para monitorar se o processo de ensino está funcionando com determinado aluno.

Vale lembrar, que em uma sala muito heterogênea esta avaliação precisa ser individual, por isso que um sistema de avaliação formativa funciona com mais eficácia em salas com menor número de alunos.

Características básicas da avaliação formativa

Como a avaliação formativa é feita durante o processo de ensino, ela pode ser elaborada por simulados, autoavaliação, conversa com os alunos, debates trabalhos em grupos e outras estratégias.

No entanto, existem características que fazem da avaliação formativa se diferenciar bastante diante de outras avaliações, entre elas estão:

  • É feita de maneira contínua não se prendendo a um tema específico
  • Tem caráter diagnósticos permitindo aos professores reformularem pontos de seus planejamnetos
  • Proporciona uma análise geral do processo pedagógico
  • Possui uma característica inclusiva diante de alunos com vários tipos de problemas de aprendizagem.
  • Aponta falhas no sistema de ensino, permitindo mudanças de rumo

Avaliação formativa e aprendizagem por ciclos

A educação atual segue uma organização por ciclos de aprendizagens em contraponto com o antigo ensino em séries. No ensino por ciclos os alunos são avaliados no processo de ensino, pois o período de um ciclo pode ser de 3 a 5 anos.

Portanto, esta avaliação dentro do processo pedagógico precisa ser formativa, ou seja, uma avaliação que se volta para a relação dos alunos com o conhecimento visando o “aprender a aprender”.

Neste sentido, não é uma avaliação convencional que se realiza  por notas ou provas  é uma avaliação processual que avalia, por exemplo, o resultado de um trabalho, de um debate, propondo também autoavaliações.

No ensino tradicional por série, o tipo de avaliação mais utilizado era a avaliação somativa que acontecia no final de um determinado período, somando os pontos de cada aluno para atestar sua aptidão diante do conhecimento.

No entanto, atualmente, muitas vezes a avaliação somativa apenas não pode ser a única ferramenta de avaliação é preciso assim, se realizar sempre que possível, a avaliação formativa.

Principais diferenças entre a avaliação formativa e somativa

Nos processos avaliativos aplicados à educação básica, existem dois tipos de avaliação: a avaliação formativa e a somativa. Entre estes dois tipos de avaliação existem diferenças que se relacionam com o carácter do processo pedagógico.

Em um processo pedagógico mais tradicional que avalia o aluno pelo que ele assimilou da informação dada é utilizada com maior frequência a avaliação somativa. 

Porém, esta avaliação no final do ano ou período induz a erros na avaliação dos procedimentos educativos, ou seja, por uma pontuação em prova não podemos saber assertivamente se o aluno aprendeu de fato.

O aluno em questão pode ter decorado significados e conceitos e não ter assimilado o conteúdo em sua profundidade.

Por outro lado, em aulas que seguem uma metodologia que privilegia a autonomia dos alunos como nos métodos ativos, é mais utilizada a avaliação formativa. Esta avaliação é feita durante o processo de ensino e funciona como um monitoramento do ensino/aprendizado.

Quanto mais o docente aplica este tipo de avaliação, mais ele sabe se a sua metodologia e estratégias de ensino estão dando resultados.

Outra diferença entre as avaliações é quanto ao ensino mais personalizado. Ou seja, na avaliação formativa os professores possuem maior chance de compreender as necessidades de cada aluno de forma individual, criando estratégias para cada aluno.

Vale lembrar que esta ação só é possível em classes com números reduzidos de alunos, fato que ainda não acontece em nossa realidade educacional.

Avaliação formativa e metodologia ativa

Se compararmos a avaliação somativa com a formativa, podemos concluir que a avaliação formativa é mais compatível para trabalhar com os métodos ativos.

É importante lembrar, que os métodos ativos surgiram com o ideário da escola nova em meados do século XX e desde esta época venho sendo aperfeiçoado.

Atualmente, com o advento da Tecnologia da Informação e Comunicação, estes métodos foram revisitados, porém com novas propostas acopladas em seu conceito. Hoje, a escola utiliza gamificação, sala invertida, aula imersiva, e outras propostas centralizadas na autonomia dos alunos.

Veremos abaixo, como pode ser feita a avaliação formativa de algumas propostas da metodologia ativa atual..

Gamificação e processo de avaliação

A gamificação utilizada nas escolas partiu de uma proposta usada anteriormente em empresas de marketing. Porém, é uma atividade fundamentada no jogo e no espírito lúdico.

Vale lembrar, que para o ser humano o jogo é atividade ligada ao instinto natural de se relacionar, se divertir e se preparar para atividades mais complexas é anterior a cultura, pois está diretamente relacionado com a sociedade e a consciência humana de existir. 

O termo “Gamificação” criado por Nick Pelling em 2002 se refere primeiro ao deslocamento de toda cultura dos games para os setores de marketing. Alguns objetivos das campanhas de marketing coincidiam com as características dos games como engajamento, mudança de comportamento, interesse e eficiência na realização de tarefas. 

Para a desenvolvedora de jogos Jane McGonigal, o jogo na sociedade atual não faz parte do ócio e sim integra-se a demanda humana diante das incertezas de diversas ordens, somando-se a todos os tipos de aparatos tecnológicos para promover a sensação de segurança e controle.

Mcgonigal indica quatro fatores inerentes aos projetos que utilizam a gamificação – metas, regras, sistemas de feedback (resultado) e participação voluntária. Estes fatores podem ajudar os professores a elaborarem uma avaliação formativa depois de aplicar o jogo.

A gamificação também pode originar muitas propostas de autoavaliação, pois no ambiente educacional, leva-se em conta que a função do jogo como distração pode ser relativizada e pode ser entendida como forma oficial de conhecimento e desenvolvimento pessoal. 

Sala invertida e processo de avaliação

A visão pedagógica que traz o modelo de sala de aula invertida tem por base a inversão do modelo tradicional de ensino, onde o professor expõe o conhecimento para posteriormente realizar atividades pedagógicas práticas para testar o alcance e eficácia da transmissão de um determinado conhecimento.

A sala de aula invertida oferece uma inversão deste procedimento por meio da proposta de pesquisa e investigação que os alunos farão antes da abordagem do conteúdo pelo professor em sala de aula.

Dois métodos epistemológicos oriundo da pesquisa científica, os métodos indutivo e dedutivo farão parte desta nova proposta, só que neste novo modelo, enfatiza-se mais o método indutivo. Pois o método indutivo pertence a um âmbito mais empírico de aquisição de conhecimento onde o pesquisador, por meio do contato direto com o objeto de pesquisa, avalia suas hipóteses para posteriormente chegar a uma dedução lógica sobre os fatos.

O conceito de sala de aula invertida (flipped classroom) surgiu em 2000. É apresentado pela primeira vez por J. Wesley Baker na International conference on College Teaching and Learning.

Mais tarde, em 2006, foi aperfeiçoado e posto em prática por dois professores de química, Jonathan Bergmann e Aaron Sams, que observando a crescente ausência de seus alunos, desenvolveram vídeos que posteriormente eram disponibilizados na internet.

Nesta proposta o sistema da avaliação pode ser formativo, pois após os alunos aprenderem individualmente o tema da aula o professor/a pode promover um trabalho em grupo ou até um debate em sala de aula.

Posteriormente a este debate o docente pode realizar sua autoavaliação, propor a autoavaliação dos alunos, avaliação da proposta dada em aula, e uma avaliação do aprendizado da pesquisa individual dos alunos.

Todas estas avaliações são processuais e portanto formativas, pois os professores podem monitorar suas aulas a partir da atividade feita.

Conclusão

Vimos neste texto, como se processa a avaliação formativa, e podemos concluir que ela é bem diferente da avaliação somativa. No entanto, para que toda estratégia de ensino se cumpra com mais assertividade é preciso que as duas avaliações aconteçam.

Em um processo de ensino/aprendizagem existe a necessidade da avaliação formativa para monitorar este processo, estabelecendo feedbacks a todo momento para garantir que o resultado seja positivo.

No entanto, no fim de cada período é preciso realizar uma avaliação somativa para comprovar a eficácia do processo de ensino e ter uma mensuração cognitiva individual  e coletiva.

Deixe um comentário