Como melhorar a carreira docente no início da profissão

A carreira docente é uma carreira com muitas possibilidades profissionais. Muita gente pensa que esta carreira está limitada ao trabalho em sala de aula, mas esta concepção está bastante defasada da realidade.

Atualmente esta carreira se abriu para muitos horizontes, pois mesmo no trabalho escolar, os professores podem assumir muitos papéis como monitores, mediadores, orientadores e outros que vão surgindo no decorrer da transformação educacional.

Além disso, quem está cursando pedagogia ou alguma licenciatura pode também produzir conteúdos e materiais didáticos para editoras e plataformas educacionais.

Neste texto vamos conhecer algumas possibilidades de melhoria da carreira docente no início desta profissão. Neste sentido, passaremos pelos campos da pesquisa, formação e trabalho.

Pesquisa e formação na carreira docente

Quem ingressa em uma faculdade de pedagogia e licenciatura com a intenção de seguir a carreira docente não pode esquecer que esta carreira demanda um espírito de pesquisa que deve acompanhar toda a carreira do professor/a,ou seja, os professores são pesquisadores a todo momento.

Quando o estudante de pedagogia e licenciatura possui o objetivo educacional em seu planejamento de vida, ele só pode exercer e realizar este objetivo por meio da pesquisa e da formação.

Por outro lado, quando este estudante se torna professor de uma turma, ele também não pode deixar de lado a sua pesquisa, pois a todo momento a situação cotidiana de uma sala de aula irá lhe cobrar um estudo para resolver problemas disciplinares, cognitivos e emocionais dos alunos.

O fato de estar sempre em formação e pesquisando, não faz da carreira docente uma carreira cansativa, faz dela um caminho instigante e com muitos desafios.

Portanto, na docência é preciso transformar a prática em produção de conhecimento, saber transformar os problemas do ensino em conteúdo produtivo é construir um horizonte promissor para esta importante carreira

Para dar um exemplo: 

Se um professor somente se desgasta com as questões de desrespeito e indisciplina que rondam o cotidiano escolar, ele pode adoecer psicologicamente e estreitar seus horizontes.

No entanto, quando um docente transforma o seu problema em uma pesquisa para conhecer as causas sociais, psicológicas de um determinado comportamento de seu aluno, este docente pode ajudar outros profissionais e pode até se tornar um especialista em assuntos de indisciplina escolar.

Neste pequeno exemplo, vimos como se transforma uma situação que parece contraproducente em uma investigação de estudos e pesquisa. Agora vamos conhecer algumas formas de otimizar a carreira docente desde o seu início.

Relação entre pesquisa, docência e carreira

A pesquisa é uma ação imprescindível na carreira dos professores e vai de encontro com a formação integral do docente. No entanto, existem muitos estudantes de licenciatura e pedagogia que possuem uma visão pragmática de sua formação educacional, pensando-a como um degrau para uma ascensão meramente econômica.

Esta visão equivocada produzirá muitos efeitos nocivos ao educador/a primeiramente por ver nesta carreira um trabalho estático e mecânico feito em sala de aula. Esta visão estreita produzirá muitos desgastes quando o professor/a se colocar à frente de problemas cotidianos como indisciplinas, desajustes emocionais e cognitivos dos alunos.

Os professores que pensam somente em resolver problemas financeiros galgando a carreira docente dificilmente irão valorizar a pesquisa, tanto no período da primeira formação como no decorrer de sua profissão.

Desta forma a sua carreira possui um começo, que acarretará em uma defasagem em relação aos problemas atuais da educação. Para ter um início promissor na carreira docente é preciso que o estudante de pedagogia e licenciatura já tenha em mente um tema para a sua pesquisa.

É importante salientar que quando educadores trabalham e aperfeiçoam uma mesma temática podem ter muito mais chances na sua profissão e em trabalhos correlatos com sua carreira como produtor de conteúdo, escritor, orientador entre outros.

A partir deste ponto, vamos conhecer agora 2 temas que estão sendo bastante discutidos na atualidade e que podem servir de ideia para a sua pesquisa pedagógica e educacional: A educação especial e inclusiva, e a educação socioemocional.

Estes 2 temas têm em comum o foco na subjetividade dos alunos, pois os modelos de educação especial e de inclusão discutem as melhores formas de aceitar os alunos com determinadas deficiências.

A educação socioemocional discute as formas de desenvolver atitudes de colaboração entre os alunos por um viés que foca nas questões subjetivas dos alunos.

Este foco na subjetividade dos alunos responde a muitas dúvidas de muitos educadores como: Maneiras de resolver a indisciplina em sala de aula, como engajar melhor os alunos, como lidar com classes muito heterogêneas entre outras.

Educação especial e inclusiva

Atualmente estes dois modelos de educação tem pautado de forma intensa o debate educacional, os professores que se inserem nestas temáticas precisam saber das diferenças básicas e históricas entre estes modelos.

Segundo o Art. 58 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação especial é definida como “modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades especiais” (Brasil, 1996).

No entanto, esta proposta pode trazer algumas segregações dentro da escola e em espaços separados da sociedade, pois o viés da educação especial enfatiza espaços específicos para crianças com deficiências, sejam físicas, cognitivas ou emocionais.

Neste sentido, no bojo da educação especial estão propostas de classes especiais dentro de uma escola ou até escolas especiais voltadas totalmente para a necessidade destas crianças.  

Portanto, podemos dizer que há um certo retrocesso nesta ideia, pois ela é muito semelhante à ideia de integração desenvolvida em meados do século XX, onde o indivíduo devia ser preparado para se integrar na sociedade.

Neste sentido, não havia nenhuma crítica à sociedade, para a concepção de integração a sociedade era perfeita em suas normas de convivência. Nesta concepção era o indivíduo que deveria se adaptar à sociedade e não ao contrário.

Por outro lado, na educação inclusiva a perspectiva é bastante diferente, o ideário da educação inclusiva se solidificou na década de 1990 e segue o modelo social onde a sociedade precisa mudar para incluir e não o indivíduo que precisa se adaptar a uma sociedade com grandes problemas.

Com esta mudança as escolas foram obrigadas a construir rampas para cadeirantes e modificar vários acessos em sua construção para as demais deficiências.

A partir destas duas propostas – educação especial e educação inclusiva – existe um debate no âmbito educacional para resolver os problemas que envolvem o trato com crianças com diferenças físicas, emocionais e cognitivas.

Os professores que buscarem uma trajetória nessa temática, terão um caminho instigante com muito estudo e pesquisa que pode já começar na licenciatura e evoluir em pós-graduações, mestrado e doutorado.

Educação socioemocional 

A educação socioemocional é voltada para o relacionamento entre alunos e professores no âmbito escolar e também se relaciona com a atenção que o indivíduo investe em uma situação de aprendizagem.

Neste sentido, quando existe na sala de aula uma atividade que desperte o interesse de todos os alunos como certas atividades que apresentam elementos lúdicos ou de jogos, esta proposta desenvolve também a educação emocional.

Na educação socioemocional estão inseridos competências como:

  • Partilhar ideias e sentimentos
  • Conhecer-se
  • Cuidar da saúde física
  • Reconhecer emoções em si e nos outros
  • Resolver conflitos
  • Exercitar a empatia 
  • Entre outros

Quando uma ação de ensino/aprendizagem se relaciona com os aspectos socioemocionais ela privilegia inicialmente a atenção especial. Ou seja, vai desenvolver uma atenção intencional nos alunos, não-julgadora e com aceitação (Freitas, 1986).

Portanto, uma educação socioemocional vai influenciar positivamente em um rendimento cognitivo  e emocional dos alunos. 

Quando uma criança desenvolve as competências colocadas acima podem apresentar grandes desenvolvimentos em rendimento acadêmico, comportamentos pró-sociais e menores índices de sofrimento emocional, condutas contraproducentes e outras atitudes negativas.

Conclusão

Neste artigo vimos que a carreira docente está profundamente conectada com a carreira acadêmica e com a pesquisa. Neste sentido, atualmente, não é possível separar a carreira do professor/a e a de pesquisador/a.

Na primeira formação docente é preciso que o estudante de licenciatura ou pedagogia já tenha um caminho de sua pesquisa que ele desenvolverá posteriormente como profissional e acadêmico.

Portanto, o melhor caminho para otimizar a carreira docente já no seu início é a escolha de um tema de pesquisa em que o estudante e futuro educador irá aperfeiçoar em seu percurso profissional e acadêmico.

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