A educação, a escola e o Covid-19: como será nossa retomada ao novo normal?

O que acontece nos outros países?

Alguns países iniciaram a retomada às aulas e com isso são necessárias novas medidas de segurança e proteção, envolvendo a não formação de aglomerações e, especialmente, as novas práticas de higiene, como utilização de máscara de proteção, medição de temperatura na entrada das escolas, instalação de dispensers de álcool em gel, adaptação de novas torneiras com sabonete líquido, entre outros. O objetivo é evitar nova onda de contaminação com o novo coronavírus.

Países como Dinamarca, Finlândia, França, Portugal, Inglaterra e China estão com novas medidas, enquanto aqui no Brasil seguimos com as aulas presenciais, suspensas.

Observamos as medidas tomadas nos países que reabriram as escolas a fim de termos um modelo do que poderá acontecer no nosso.

Algumas das medidas essenciais para a reabertura foram a colocação de tendas de desinfecção na porta das escolas, por onde os alunos passam, controle de temperatura, uso obrigatório de máscara, instalação de novas torneiras, formação de grupos reduzidos de alunos por classe, distanciamento entre eles, controle dos horários de entrada e saída, maior circulação de ar nas salas e afastamento dos profissionais de grupo de risco.

 Muitas escolas estão cuidando, inclusive, da higienização dos calçados, haja vista a comprovação de que as solas de calçados também carregam o vírus.

A reabertura vem acontecendo gradativamente. 

Retornaram os maiores em escalas. Eles possuem um maior senso de responsabilidades e conseguem executar os comandos relativos à higienização, ao uso contínuo de máscaras e respeito ao distanciamento, diferente do que se espera de crianças menores.

É mais difícil que estas cumpram satisfatoriamente todas as orientações necessárias.

Existem professores e funcionários que integram grupo de risco e não retornam às aulas neste momento. 

Outros fatores relevantes são a quantidade de alunos por sala e, em algumas escolas, mudanças drásticas nos horários, visando à divisão de turmas para manter o afastamento social necessário. 

Por exemplo, um grupo de dez alunos ficam numa sala aprendendo Matemática, enquanto outros dez ficam no laboratório.

Infelizmente, nem tudo são flores. Na França, depois da reabertura surgiram novos casos de transmissão e as escolas foram fechadas. 

Com isso, naquele país houve a adoção de novas medidas, novas posturas para evitar mais contágios. Nada tende a ser como antes. Não neste momento. Até o descobrimento de uma vacina!

O que acontece no Brasil?

Mas e no Brasil? Qual a previsão de reabertura? Como e quando acontecerá?

Não temos a resposta, isso varia de acordo com o Estado. 

Ao observarmos os países que iniciaram a retomada às aulas, podemos assegurar que não será como antes, mas pode acontecer do nosso país inspirar-se nas medidas aplicadas que surtiram efeitos em outros lugares.

Acredita-se que os maiores voltarão primeiramente. Talvez os alunos de Ensino Médio, como se num ensaio. 

Semanas depois, quem sabe o segmento do Fundamental 2 e assim por diante. Precoce fazer previsões sobre a educação infantil. 

Não dá para arriscar palpite num tema tão sério, sendo certo que existem inúmeras cabeças planejando o retorno gradativo às aulas.

Sabe-se que será um novo recomeço! Acredita-se que para isso acontecer a curva precisará estar achatada ou estar sob controle, além de haver o aval das autoridades competentes. 

É possível a reabertura e a escola se reformular de forma equilibrada, consciente e responsável. Mesmo que por um período seja necessário a retomada por escalas, com diminuição da permanência dos alunos na escola e até mesmo mudança de horários. 

O bom senso nos leva a entender que só posso enviar para a escola o aluno, se ele realmente estiver bem, sem febre, sem sintomas. 

Mesmo sabendo que existem assintomáticos, é responsabilidade das famílias cuidar para que, em caso de sintomas de gripe, a criança fique em casa e busque auxílio médico.

Entende-se que para os estudantes de período integral, a princípio, metade do tempo seja realizado na escola e metade de forma remota, mediante aulas assíncronas ou síncronas. 

É complicado arriscar e desenhar um cenário. Mas é esperada essa nova dinâmica. 

Afinal, como seriam os horários de almoço, lanche? As aulas de Educação Física? O acesso às áreas em comum, o pátio? Como evitar a aglomeração? Como viabilizar o distanciamento quando se trata de escolas com espaço físico menor? E as escolas onde o contraturno também já é ocupado por turmas formadas? Como fazer?

Fato é que as escolas nunca vivenciaram esse desafio. As instituições trabalharam no meio do improvável e se reinventaram. 

Talvez, pensando num futuro incerto, as escolas repensem em atividades presenciais e num ensino à distância para algumas disciplinas com menos prejuízos referentes à ausência física do professor. 

É preciso que as escolas estejam atentas para tirarem proveito desse período de pandemia, quando modificaram o modo, a didática e a percepção de ensino-aprendizagem.

O importante de todo esse processo é reconhecer que escola é lugar de vidas e elas são preciosas. 

Escola é lugar de laços, amizade, cuidado, respeito, amor. Escola auxilia na organização e reorganização estrutural do aluno em classe e em casa, para dar continuidade a sua rotina e ao cronograma de estudos. 

Escola é direção, é coordenação, é professor, é auxiliar, é disciplina, é o porteiro que lhe deseja um bom dia, é a cantineira que lhe oferece o lanche, é o auxiliar de serviços gerais que cuidadosamente prepara um ambiente limpo e sadio, escola é lugar de pessoas que aprendem a se respeitarem. 

Esse mesmo lugar vai nos readequar a uma nova realidade, com as mesmas pessoas, porém de forma consciente e adaptada às medidas preventivas. O desejo é que essa instituição de amor e zelo continue cumprindo seu papel e se reinventando a cada dia, levando ainda mais conhecimento, afeto e segurança aos estudantes. 

Fabiana Tonholo – Pedagoga e Fonoaudióloga. Especialista em Docência do Ensino Superior. Especialista em Educação Montessori. Psicopedagoga escolar, Mestre em Educação e Mestranda em Políticas Sociais pela FUNIBER. Possui ampla experiência em Gestão Educacional e coordenação escolar. Professora da Uniplena Educacional

2 Comments

  1. A escola agora terá um novo desafio pela frente, de se readequar para o novo tempó. Nós como professores teremos um recomeço árduo e difícil, mas somos professores estaremos aqui para dar o nosso melhor. Pois educação é que transforma.

  2. Fabi, Boa Noite.
    Gostaria de parabenizar pelo artigo: A educação, a escola e o Covid-19: como será nossa retomada ao novo normal ?
    Bastante esclarecedor e coloca uma perspectiva futura de ações que serão realizadas ou não de como será a nova realidade do novo normal da educação, da escola até que se encontre a imunização das pessoas frente ao Covid-19.

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