3 mitos sobre a desvalorização do professor da educação básica!

A real valorização dos professores não está ligada apenas ao ato de ensinar e à ação reveladora do aprender, até porque o aprendizado faz parte da natureza humana. 

Tal valorização do educador se faz no processo de formação do aluno, enquanto cidadão, que ocorre desde o nascimento através do berço familiar, prosseguindo na esfera profissional com a finalidade de organizar o corpo social!

#1 – A melhoria da educação está interligada ao aumento salarial? Reconhecimento financeiro?

Sabe-se que o salário dos professores da rede pública de ensino é um tema polêmico na educação brasileira. Alguns citam que a questão salarial é responsável pela possível ausência de qualidade de ensino, tão evidenciada dentro da rede pública. 

Porém é um grande mito! Uma leitura totalmente distorcida da realidade visto que a saúde financeira do educador não interfere na capacidade profissional e na ética que o professor traz consigo, assim como no desejo de garantir uma educação qualitativa e eficaz, mesmo que para isso acontecer, ele contribua com seus próprios recursos financeiros.

Valorizar o salário do educador é contribuir para que a profissão seja, assim como tantas outras, disputada por competentes e talentosos profissionais, além de colaborar para a redução da sobrecarga de trabalho, considerando que, muitas vezes, o educador exerce suas funções em várias instituições. 

A garantia de uma razoável remuneração provoca reflexos na saúde e no rendimento do profissional.

Felizmente, a maioria dos professores da educação básica não são movidos a dinheiro. Claro que ele se faz necessário para as necessidades básicas e sobrevivência. Contudo, o desejo dos educadores se resume à transformação de vidas!

#2 – O professor de Matemática é o grande vilão da história? 

O fracasso e a dificuldade de uma parcela considerável de alunos, na disciplina, são os responsáveis pelo desânimo e pela evasão escolar?

Muitas são as falas, sem fundamento, que prejudicam o ensino da disciplina na educação básica. A Matemática, desde sempre, teve um papel de vilão que, paulatinamente, vem sendo desconstruído. 

E isso graças aos valorosos professores que tiveram a compreensão de que a disciplina exige mais deles no que tange ao domínio do conteúdo. Foi necessário, também, habilidade emocional para atrair e fixar a atenção e o interesse do aluno.

A fantasiosa frase de que só os mais inteligentes aprendem Matemática ficou no passado. Todo aluno pode se engajar no processo de produção de conhecimentos matemáticos usando a lógica da disciplina. 

Essa construção ocorrerá quando o professor, investido de sabedoria e de notório conhecimento, levar ao aluno, de forma humana, clareza no ensino por meio de exemplos concretos.

A “teoria” de que os alunos apenas conseguirão resolver problemas matemáticos usando modelos ou seguindo instruções é incorreta, um verdadeiro mito. Para ocorrer avanço, será necessário que os alunos criem e tenham experiências com diversas estratégias.

Existem muitas idealizações no sentido de que materiais como jogos e softwares resolverão os problemas de aprendizagem. 

Tais ferramentas podem ser importantes, mas dependem da exploração planejada pelo professor para trazerem resultados efetivos. Sem intencionalidade pedagógica, não existirá sucesso matemático garantido.

Existe um grande mito sobre interpretações equivocadas, referente ao possível aprendizado da disciplina sem percepção, apenas mediante brincadeira e  diversão. Se não há intencionalidade, não existe fundamento. Sem ele, não há aprendizagem. 

A matemática é uma lógica. Ela tem contexto. Possui início, meio, fim e até infinito!

#3 – O Professor não se mantém como autoridade em sala de aula, na Educação Básica?

A questão da autoridade dentro do contexto educacional está intimamente vinculada à (in)disciplina. Cito isso porque o trabalho pedagógico pressupõe uma relação assimétrica de hierarquia, na qual aquele que ensina – o docente – exerce uma autoridade sobre aquele que aprende – o aluno (De La Taille, 1999). 

Sendo assim, a posição hierárquica do professor pressupõe a função de organizar o processo de ensino-aprendizagem a ser seguido pelo aluno, desde que sejam coerente e se mostre eficaz.

Sabe-se que autoridade está relacionada à obediência. Assim, na instituição de ensino, o professor, investido da função de detentor e conhecedor de determinado conteúdo, quando em sala de aula, tem o poder de direcionar as ações dos alunos, que darão legitimidade a tal poder, porquanto trazem de casa e conseguem captar rapidamente a imagem do professor como autoridade. 

Todavia, a forma como o professor exerce a autoridade em sala de aula, é fundamental para estabelecer ou não, a harmonia, o respeito e a disciplina em sua turma.

Entendemos que a autoridade vem sendo confundida em nossas instituições escolares com autoritarismo. 

Assim, ter autoridade às vezes se confunde em ser autoritário com os alunos, impedindo-lhes de se posicionarem em relação a diversas questões que ocorrem no contexto escolar. 

Diante disso, o discente se silencia, não por acreditar na autoridade docente, mas por temer as punições e ameaças de um educador autoritário. 

Nesse cenário, a relação professor-aluno enfraquece e, aos poucos, perde-se a oportunidade de consolidação da autoridade do educador em sala de aula. É um grande mito imaginar que o autoritarismo esteja ligado à manutenção da autoridade do educador em sala de aula. 

Entende-se que ela é sadia quando garante a estabilidade do mundo que cerca os alunos, proporcionando-lhes um ambiente tranquilo, alcançando, portanto, o objetivo de uma ação pedagógica. 

A visão negativa da autoridade reside na contraposição à liberdade, às ideias e a qualquer cooperação do aluno. 

O professor pode ser sábio ao escolher a melhor forma de autoridade em sala de aula – exercida através do prestígio demonstrado pela competência em determinado assunto e não pelo domínio de poder. 

A autoridade jamais pode ser confundida com autoritarismo! Não se trata de usar abusivamente de poder, mas sim de reconhecer e compreender as noções de regras! Autoridade do educar se baseia sempre num trabalho compromissado, com o propósito de saber ensinar e levar o conhecimento aos alunos.

Conclusão

O professor se tornou um aliado à educação. Outrora visto como mero transmissor de conteúdo, hoje ele se faz necessário como orientador, inspirador e cooperador para a construção de uma sala de aula comprometida, integrada por alunos que buscam o conhecimento, formando uma estrutura consolidada e respeitável, denominada Escola.



Fabiana Tonholo – Pedagoga e Fonoaudióloga. Especialista em Docência do Ensino Superior. Especialista em Educação Montessori. Psicopedagoga escolar, Mestre em Educação e Mestranda em Políticas Sociais pela FUNIBER. Possui ampla experiência em Gestão Educacional e coordenação escolar. Professora da Uniplena Educacional



3 Comments

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