Metodologia de ensino e didática: modalidades contemporâneas

O curso de complementação pedagógica ou R2 oferece muitas vantagens profissionais e formativas. Neste texto vamos abordar as vantagens formativas que o bacharel ou o tecnólogo adquiri ao fazer este curso.

No âmbito da formação o bacharel ou tecnólogo que faz um curso R2 tem a principal vantagem da atualização do ensino. Ou seja, hoje o ensino se transformou totalmente por vários fatores.

Podemos elencar estes fatores começando pela mudança tecnológica, pois atualmente todo professor/a tem na sala de aula, alunos que estão todo dia em contato com a internet.

Obviamente, muitos alunos não aproveitam o verdadeiro conhecimento que circula na web e ficam mais nas informações superficiais. Neste sentido, cabe ao professor fazer um papel de mediador destas informações e orientar os alunos na direção de conhecimentos mais profundos e verdadeiros.

Porém, além do fator tecnológico existem as  propostas pedagógicas mais demandadas atualmente como: a pedagogia centrada no aluno, a aprendizagem por projetos, a pedagogia social,e a didática da escola nova.

Pedagogia centrada no aluno

A pedagogia do século XXI começou com o lançamento dos quatro pilares da educação por Delors. A partir deste marco as propostas educativas sofreram muitas mudanças.

Neste sentido,  quando atualmente o bacharel ou tecnólogo investe em uma formação de ensino, ele não está somente investindo em sua carreira profissional,  ele está também se tornando um profissional mais qualificado e atualizado.

O projeto de pedagogia centrado no aluno, vai na direção da autonomia do aluno e na investigação de sua personalidade, no sentido de saber o que este aluno deseja, no jogo de interatividades com o mundo.

Portanto, vai ao encontro das singularidades dos alunos a partir do estudo de sua comunidade e coletividade e suas potencialidades de competência.

Propostas pedagógicas adequadas ao corpo discente

Geralmente, o bacharel ou tecnólogo que quer ensinar traz em sua bagagem a experiência profissional, fato de extrema importância para o alunado.

No entanto, no curso de complemento pedagógico este profissional vai aprender a direcionar o seu conhecimento na construção da subjetividade do aluno.

Assim, o professor/a é formado para investigar as verdadeiras necessidades dos alunos para construir com ele um projeto de vida.

Esta investigação não é de maneira alguma, objetiva, transformando os alunos em objetos ou dados de uma pesquisa, e sim é um processo em que o professor propõe atividades de auto-aprendizagem, onde os alunos conheçam e constroem suas subjetividades a partir de propostas que desenvolvam a consciência crítica.

A pedagogia centrada no aluno é construída sobre três eixos: interatividade, coletividade e desenvolvimento de um projeto de vida, Assim, a nova pedagogia vai de encontro com os quatro pilares da educação, considerados por Delors (1996) quais são: Aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a ser; aprender a conviver.

Aprendizagem por projetos

No curso de complementação pedagógica existe o aproveitamento do conhecimento do bacharel ou tecnólogo. Ou seja, no caso de um bacharel formado em engenharia ele pode aproveitar seu conhecimento para lecionar matemática, por exemplo.

No entanto, além do seu conhecimento em matemática este bacharel tem que obter formação no âmbito didático e ficar a par  das modalidades de didáticas contemporâneas.

Uma destas didáticas é o aprendizado por projetos.

O aprendizado por projetos consiste em trabalhos coletivos em torno de uma temática onde cada estudante, dentro de sua contribuição pessoal, encontra um significado mais perceptível e profundo do processo de aprendizagem.

Este contexto não se limita somente ao corpo discente e sim aos docentes e familiares em um jogo comunitário integrado que se forma por meio de palestras, cursos de curta duração e oficinas para professores.

Formação em R2 e pedagogia social

O bacharel ou tecnólogo que passa por uma curso de formação pedagógica  adquire um campo profissional bastante amplo. Assim, ele pode lecionar nas séries finais do fundamental, no ensino médio, no EJA e também em contextos não formais como instituições, fundações e ONGs.

A formação pedagógica irá lhe fornecer um conhecimento para o trabalho no campo de pedagogia social focada em trabalhos voltados a jovens e crianças em vulnerabilidade social.

A pedagogia social é uma prática educativa embasada na intervenção no campo social, no sentido que seus instrumentos pedagógicos são construídos junto a subjetividades dos alunos. O conhecimento nasce na integração aluno/professor, lembrando que aluno não é um ser unidimensional construído por algumas teorias psicológicas e pedagógicas, o aluno é um ser social, e como tal, traz em si a sua coletividade e a problemática econômica, social e cultural em que está inserido.

Complementação pedagógica e a didática da escola nova

O curso de complementação pedagógica aborda as propostas que colocam o aluno no centro do aprendizado e desenvolvem a sua autonomia.

As didáticas provenientes da escola nova direcionam o foco do aprendizado para o aluno pondo em evidência o interesse do aluno.

Assim, o foco principal é a participação ativa e coletiva dos alunos na aquisição do conhecimento.

Além disso, esta didática destaca o potencial da sociabilidade e da troca entre os aprendizes no processo de ensino.

Atualmente é uma das didáticas mais demandadas por causa da influência tecnológica no ensino.

A didática da escola nova contrasta com o modelo tradicional de ensino que não via o aluno como um elemento ativo e atuante.

R2 e a pedagogia crítico-social dos conteúdos

A complementação pedagógica quando se volta para a história da pedagogia, aborda didáticas que até hoje são atuais.

Assim, em várias pedagogias inovadoras, a importância da tríade principal do ensino – aluno/conteúdo/professor –  sempre foi estrutural.

No entanto, enquanto a escola nova colocava o aluno no centro do processo ensino/aprendizagem, a pedagogia crítico-social colocava o conteúdo neste centro.

Assim, esta pedagogia que hoje é muito atual atribui ao ensino o papel de proporcionar aos alunos o domínio dos conteúdos.

Contudo, este domínio tem como principal objetivo a formação da consciência crítica em face das realidades sociais.

Neste sentido, em concordância com Paulo Freire, a pedagogia crítico-social, capacita estes alunos a assumir a sua condição de agentes ativos de transformação da sociedade e de si próprios.

Pedro Guimarães – Mestre em música na área de Etnomusicologia pela UNESP. Professor de Música e Arte Educador nas seguintes Instituições: Serviço Social da Indústria (SESI); Centro de Educação Unificada da prefeitura (CEU); Faculdade Anhembi Morumbi; e Instituto Paulo Vanzolini (Formação de Professores). Músico multi-instrumentista e compositor de trilha sonora.

Deixe um comentário