A prova de que Jogos Pedagógicos é exatamente o que você estava procurando

Se você faz parte daquele grupo de professor que está sempre buscando novidades para deixar suas aulas cada vez mais dinâmicas, curiosas, qualificadas, e divertidas para os alunos, leia este texto, pois é exatamente o que você estava procurando!

A cada geração que surge, novos desafios surgem também para as demandas em sala de aula, uma vez que a cultura da juventude passa por transformações, e já não cabe realizar as mesmas coisas que eram comuns há décadas atrás.

Por isso, apesar de que o formato da escola permanece o mesmo há muitos anos, as relações, o ambiente, a legislação, os conteúdos, sofreram transformações ao longo da história e permanece em constante mudança de forma natural e dinâmica.

Passa por mudanças também as práticas realizadas em sala de aula, e o que antes era visto como inconcebível, na atualidade faz parte do cotidiano e, além disso, ganha muito crédito entre as teorias de educação do momento, como os Jogos Pedagógicos, que podem ser ferramenta num momento de contextualização, ou até mesmo como avaliação de conteúdo.

O que são os Jogos Pedagógicos?

São atividades diversificadas que podem e devem ser realizadas em sala de aula para que os conteúdos sejam trabalhados de maneiras diferentes, uma vez que é dever da escola e direito do aluno oferecer uma educação de qualidade, onde são valorizadas as diferentes linguagens e inteligências do ser humano.

Ao trabalhar apenas de forma tradicional, com aulas expositivas, seminários, provas escritas, trabalho escrito, entre outros, o professor tanto limita suas possibilidades de realizar o processo de ensino e de avaliação, como também  impossibilita que os alunos se expressem por meio de outras linguagens, como a música, o desenho, o teatro, a dança, os gestos, e tudo isso pode ser trabalhado de forma lúdica, por meio de jogos e brincadeiras.

Qualquer conteúdo pode ser facilmente adaptado para um formato de jogo ou brincadeira, onde a aula passa a ter mais sentido para os alunos, uma vez que se encontra em uma faixa etária onde as experiências com o mundo se dão por meio da brincadeira, dos jogos, e sua principal linguagem é o lúdico, resultando em uma aula mais proveitosa, para os alunos e professores.

Existem várias possibilidades de transformar o conteúdo das suas aulas, dos trabalhos em grupo e das avaliações em jogos ou brincadeiras, basta levar em consideração seus principais objetivos de cada aula, se será contextualização de conteúdo, avaliação, ou exercício em grupo, bem como o perfil da sua turma e dos seus alunos.

Em seguida, basta produzir os materiais necessários, que dependendo da idade dos alunos, eles mesmos podem confeccionar, o que já passa a contar como parte do trabalho e da avaliação, que deve ser registrada no relatório de cada aluno, constando seu desempenho e sua participação em todo o processo, desde a elaboração até o momento final de realização.

Jogos Matemáticos

Utilizar os jogos para trabalhar os conteúdos de matemática é uma excelente alternativa, uma vez que os alunos apresentam muitas dificuldades em desenvolver nessa disciplina devido a sua complexidade e de exigir determinadas habilidades.

Veja a seguir alguns exemplos de Jogos para os conteúdos de matemática: 

Sudoku:

Desde os anos iniciais o Sudoku pode ser utilizado como meio de trabalhar a sequência numérica, a atenção e a concentração com os alunos de forma lúdica e interessante, possibilitando momentos onde o professor consegue identificar dificuldades e habilidades na aprendizagem dos alunos.

O Sudoku pode se feito pelos próprios alunos, em uma folha em branco, onde o professor deixa à disposição o modelo na lousa, e a turma reproduz utilizando a régua, iniciando a atividade com esse exercício de visualização, medidas e geometria. Em seguida inicia o conteúdo a ser trabalhado, que pode ser o tradicional de completar os números de 1 a 9 sem repetir na horizontal, na vertical e na grade, como pode ser adaptado para conteúdos das operações matemáticas.

Xadrez:

Tanto as peças como o tabuleiro do xadrez podem ser confeccionados pelos próprios alunos, utilizando materiais recicláveis como papelão, vasilhas de plástico, potinhos ou tampinhas. O que permite elevar a atividade a uma interdisciplinaridade, desenvolvendo habilidades de criação e produção artística além dos conteúdos matemáticos que são aprimorados durante o jogo de xadrez, como visualização espacial, raciocínio lógico, resolução de problemas, antecipação e planejamento.

Os alunos podem realizar essa atividade em duplas, um competindo com o outro, ou em grupo de quatro pessoas, com duplas competindo entre si, estendendo para campeonatos dentro da própria turma, ou entre turmas diferentes na escola, promovendo um ambiente escolar dinâmico e divertido.

Que número eu sou?

Neste jogo os alunos devem pensar rápido para fazer as operações mentalmente, onde jogam três pessoas, uma fica de juiz, observando os dois jogadores, que devem pegar uma carta de baralho, ou confeccionada por eles mesmos, e sem olhar deixar posicionadas próximo à sua cabeça, cada um deve descobrir qual número estão segurando, e para isso terão que fazer uma operação matemática com o número do adversário. Por exemplo, numa jogada onde uma pessoa olha a carta do adversário que é 9, ele deve propor uma conta para o adversário descobrir seu número, nesse caso poderia sugerir 3 elevado ao quadrado, se a pessoa acertar ganha um ponto, e propõe uma operação ao outro jogador para que ele descubra sua carta.

Em seguida revezam as jogadas entre os jogadores e o juiz, e assim jogam até o número de rodadas determinadas, que cada trio podem decidir, por número de rodadas, ou por chegar a determinada pontuação primeiro.

Existem várias outras possibilidades de brincadeiras com cartas realizando as operações, basta dar asas à criatividade e imaginação.

Jogos para desenvolver a leitura e escrita:

O processo de alfabetização é bastante complexo, por isso demanda que o professor tenha em suas propostas diferentes estratégias para levar o aluno ao sucesso de sua aprendizagem, apresentando os conteúdos de diferentes formas e propiciando diferentes práticas em sala de aula.

Dessa forma, os Jogos de Alfabetização entram em cena como grandes aliados no momento de exercitar a leitura e escrita, e são diversas as possibilidades:

Palavra Cruzada:

Para as crianças menores deve ser apresentada uma versão simplificada, com pequenas palavras e de sílabas simples, já impressas para elas somente localizarem realizando a leitura. Para as crianças maiores, aumenta-se o grau de complexidade, com palavras maiores e mais difíceis, sendo possível propor inclusive que elas confeccionem as palavras cruzadas e depois troquem entre os colegas para realizarem a atividade.

Após localizarem todas as palavras, é possível enriquecer essa atividade propondo que as crianças produzam textos a partir daquelas palavras, sendo que para os anos iniciais, sejam propostas frases, e para os maiores sejam propostas de produção de diferentes gêneros, contendo todas as palavras encontradas, o que além de desenvolver a leitura e escrita promove a exercício da memorização, aumenta o vocabulário, o raciocínio e a atenção.

Caixinha de letras:

Nesta brincadeira uma figura é colada em uma caixinha pequena, que pode ser de fósforo, ou de papelão proveniente de algum produto pequeno, como embalagem de medicamento, de cosmético, e as letras que formam o nome dessa figura devem estar dentro da caixinha para a criança organizar corretamente, escrevendo a palavra.

Os desdobramentos dessa brincadeira pode ser uma competição para ver quem forma as palavras mais rápido, ou quem consegue organizar mais palavras. Em seguida as crianças podem também produzir textos a partir das palavras formadas, com frases simples para os anos iniciais, ou textos mais complexos para os alunos maiores 

Jogo da forca:

Uma brincadeira aparentemente simples é uma excelente atividade para animar a turma e envolver os alunos na aprendizagem da leitura e escrita.

Pode ser realizada desde a educação infantil, com pequenas palavras simples, para as crianças aprenderem de forma lúdica as letras do alfabeto, como também pode ser proposta para as crianças que já iniciaram na alfabetização, e já refletem sobre o sistema de escrita.

Com essa brincadeira elas desenvolvem a compreensão da estrutura das palavras, a consciência fonológica, onde o escrito deve ter relação com o falado, e percebem que mesmo se faltar apenas uma letra a palavra pode ganhar outro sentido.

Jogos para disciplinas de ciências naturais e humanas:

Apesar dessas disciplinas possuírem menor quantidade de aulas comparadas à Língua Portuguesa e Matemática, também é possível realizar um trabalho diferenciado, desenvolvendo os conteúdos de forma lúdica e dinâmica.

Quando trabalhados de forma contextualizada, os conteúdos que precisam ser aprendidos pelas crianças são mais facilmente memorizados, pois elas não foram submetidas a exercícios de memorização, mas devido a uma motivação própria de querer participar do jogo ou brincadeira, elas apreenderam e interiorizaram os conteúdos com suas próprias estratégias de estudo.

Vejam alguns exemplos de atividades lúdicas que podem ser desenvolvidas nessas disciplinas:

Jogos de tabuleiro:

Essa proposta é enriquecida quando os jogos são confeccionados pelos próprios alunos, dependendo da idade, o que contribui para o trabalho em grupo, para a interpretação de regras, e para o aprendizado dos conteúdos.

Esse jogos podem ser desenvolvidos a partir de um conteúdo trabalhado no bimestre, por exemplo, onde os alunos devem reunir os principais acontecimentos e transportá-los para o tabuleiro, onde o jogador avança na medida em acerta as questões, podendo ter cartas, pagar mico, perde a vez, volta casas, enfim, diversos artifícios que deixam o jogo mais divertido.

E podem ser usados tanto como estudo do conteúdo, pois para o grupo de alunos confeccionar o jogo precisará estudar a matéria, como também pode ser usado como instrumento de avaliação, onde os grupos trocam os jogam entre si, e realizam uma partida com diferente, que não conhecem as respostas.

Passa ou repassa:

Assim como o jogo do programa de televisão, essa mesma dinâmica pode ser feita em sala de aula, mas no lugar de ser o professor que realiza as perguntas aos grupos, os próprios alunos devem elaborar e aplicar as perguntas.

Dessa forma, a turma pode ser dividida em três grupo, alternando entre um grupo fazer as perguntas, e dois competindo, quem acertar ganha pontos, e quem erra cumpre um desafio, sempre tendo o professor como mediador, mas com o total protagonismo dos alunos.

Debate:

Brincar de debate nas aulas permite que aconteça um engajamento por parte dos alunos, pois para realizarem as argumentações devem se apropriar dos conteúdos, criar estratégias de estudo e memorização.

Pode ser realizado em duplas, com um assunto que foi estudado na disciplina como tema principal e gerador das argumentações do debate, e os próprios alunos deverão elaborar as questões e argumentações para o momento do jogo, podendo levá-los registrados em cartões para facilitar a memorização.

Conclusão:

Sabemos que a legislação atual exige que as aulas sejam cada vez mais significativas, e a atuação dos alunos seja cada vez mais ativa, onde eles têm o papel de protagonistas em seu próprio desenvolvimento, por isso enriquecer as aulas com propostas diferenciadas é tão importante.

E esses foram alguns exemplos de jogos que podem ser usados como instrumento para desenvolver os conteúdos e realizar as avaliações em sala de aula de forma diferenciada, tornando o processo de ensino e aprendizagem mais lúdico e contextualizado. Agora é só colocar em prática! Bom trabalho!

Ingrid Dehn Rodrigues – trabalha na área da educação há 11 anos, professora há 4 anos, graduada em Pedagogia pela FEUSP, pós-graduação em Educação Infantil pela UNINOVE, atualmente é professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I na prefeitura de São Paulo.

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