Vantagens da formação continuada de professores

Neste texto veremos principalmente, as vantagens da formação continuada de professores. Dentre elas a melhoria da qualidade do ensino, as atualizações tecnológicas que os professores precisam estar alinhados e a consciência histórica crítica e social que precisa abarcar docentes e discentes.

 No entanto, para sabermos como se efetiva a formação continuada precisamos entender a evolução histórica do conceito de formação docente no Brasil e no mundo. Neste sentido, para vislumbrar as vantagens reais que a formação docente promulga, precisamos entender as bases políticas e sociais de sua nascente.

Para todas essas implicações esse texto irá abordar: 

  • As vantagens da formação alinhadas com a BNCC
  • O papel das faculdades de pedagogia
  • Vantagens da formação docente aliada com novas metodologias  

Vantagens da formação continuada e a BNCC

Um dos objetivos da implementação da BNCC como base nacional comum curricular é alinhar a formação dos professores com esse documento. Esta ação estará a cargo da União (uma das esferas públicas) para unificar os docentes em torno dos objetivos da BNCC. 

Ou seja, a responsabilidade pela formação docente está ligada à esfera federal. Portanto, o principal objetivo para a educação básica, abrange a sociedade brasileira como um todo.

Neste sentido o objetivo explicitado na BNCC é: assegurar uma formação humana integral que vise à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

A seguir veremos algumas vantagens que a formação  continuada pode oferecer aos professores buscando alinhar-se com os conceitos abordados na BNCC.

O Professor pode desenvolver competências alinhadas com a BNCC

A definição de competência segundo a BNCC está relacionada com: A mobilização de conhecimentos que envolve conceitos e procedimentos; desenvolvimento de habilidades práticas e socioemocionais; e desenvolvimento de atitudes e valores. 

Estes últimos focados na resolução de demandas complexas da vida cotidiana do mundo do trabalho e do exercício da cidadania. 

Podemos vislumbrar nessa definição de competência uma objetividade pragmática para o trabalho, ou seja, o ensino básico tem uma forte tendência para se tornar um treinamento para o trabalho e se afastar de uma política social de oferecimento de conteúdo e formação. Este fato acarretou muitas críticas ao documento.

Porém, quando o documento aborda as dez competências, aproxima os alunos de uma formação mais consistente. No entanto, é preciso que os professores realizem sua formação continuada para atender a todas as competências.

O foco principal da BNCC é assegurar o desenvolvimento de dez competências gerais que giram sobre diversos temas do conhecimento geral. Neste sentido a formação continuada dos professores vai se alinhar com os focos da BNCC e ele precisa estar apto para:

  • Fazer o aluno valorizar e utilizar do conhecimento historicamente construído sobre o mundo físico, cultural, social e digital.
  • Fazer o aluno exercitar a sua curiosidade intelectual recorrendo a abordagem científica
  • Fazer com que os alunos valorizem, apreciem as manifestações artísticas de diversas linguagens e participem de processos de produção artísticas.
  • Fazer com que os alunos utilizem as linguagens verbal, artística, corporal, visual, científica, matemática e digital.
  • Desenvolver a compreensão, utilização e criação de tecnologias digitais de informação e comunicação.
  • Fazer com que o aluno conheça algumas práticas profissionais para construir seu projeto de vida.
  • Desenvolver no aluno a aptidão de argumentar sobre os direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável.
  • Promover o autoconhecimento do aluno para que ele cuide de sua saúde física e emocional e tenha autocrítica para lidar com suas emoções e a dos outros.
  • Fazer com que os alunos respeitem a diversidade social sem nenhum preconceito
  • Promover a ação autônoma tanto coletiva como individual, fazendo com que os alunos tomem decisões visando princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Formação continuada e faculdades de pedagogia

Na atualidade cada vez mais é cobrada a formação continuada do professor, pois vivemos em mundo que a informação está democratizada na internet. Diante desse fato os professores precisam se tornar mediadores da informação para esta se transformar em conhecimento.

Vale lembrar, que mesmo antes do mundo informatizado, a essência do papel do professor era articular e desenvolver o conhecimento junto com os alunos para transformar saberes do senso comum em conhecimento. No entanto, essa transformação nunca pode abdicar do  sem senso crítico, histórico e social.

A faculdade de pedagogia oferece a formação docente aptidões no trabalho alinhado ao desenvolvimento de competências e também uma base sólida para lidar com os novos desafios no âmbito das tecnologias da informação e tecnologia (TICs).

Outro ponto chave que uma faculdade pode oferecer aos professores na sua formação continuada é o conceito de professor-reflexivo. Ou seja, no âmbito de cursos, seminários , palestras e nos níveis mais profundos da pós-graduação a faculdade de pedagogia pode desenvolver o senso da reflexão.

Neste sentido, além do conhecimento de teorias da educação os professores podem se tornarem aptos a fazerem cotidianamente uma reflexão sistemática de sua prática profissional.

Quando o professor exercita sua reflexão sobre a sua prática permite uma renovação do ensino frente a muitas questões como inclusão, diversidade, problemas sociais e outras.

A formação continuada possibilita também a socialização com colegas de profissão sobre problemas e aprendizados da docência; aplicação dos processos de formação; planejamento de novos projetos didáticos.

Vantagens da formação docente e as novas metodologia

Nos últimos dias com a utilização cada vez mais acentuada da tecnologia da informação e comunicação muitos novos métodos pedagógicos estão sendo resgatados  reinventado como: sala invertida, metodologia híbrida, projetos pedagógicos e outras.

No entanto, não podemos esquecer que muitas dessas metodologias pedagógicas aplicadas ao ensino com uso de tecnologias já existiam no advento da Escola Nova no Brasil.

Para entendermos o fundamento que sustenta as novas metodologias de ensino hoje, precisamos entender como surgiu a escola nova em oposição ao ensino tradicional.

A principal mudança que ocorreu em relação ao ensino tradicional foi sobre os três elementos fundamentais do ensino que são: O professor, o aluno e o conhecimento.

Na escola tradicional a figura central de ensino era o professor, ou seja, ele detinha o conhecimento e cabia aos alunos somente o papel de ouvinte que absorvia o seu conhecimento.

Porém, quando surgiu a escola nova o foco de atenção foi transferido para o aluno. Assim, o aluno passou a ser o protagonista do ensino. Neste sentido, essa nova pedagogia começou a focar na participação ativa e coletiva dos alunos.

Neste processo se destacou o potencial de sociabilidade e de troca entre os aprendizes. No entanto, quando se transfere esta nova proposta que se desenvolveu ao longo do século XX para a época atual temos que acrescentar a tecnologia da informação e comunicação.

Para termos alguns exemplos das novas metodologias podemos citar duas das mais importantes:

Sala de aula invertida

A visão pedagógica que traz o modelo de sala de aula invertida tem por base a inversão do modelo tradicional de ensino. 

No antigo modelo o professor fazia a exposição do conhecimento para posteriormente realizar atividades pedagógicas práticas para testar o alcance e eficácia da transmissão de um determinado conhecimento.

A sala de aula invertida oferece uma inversão deste procedimento por meio da proposta de pesquisa e investigação que os alunos farão antes da abordagem do conteúdo pelo professor em sala de aula. 

Assim, seguindo ao ideário da Escola Nova, o professor não é mais o protagonista e expositor do conhecimento e sim o mediador e facilitador da informação para essa se tornar conhecimento.

 Gamificação

O método da gamificação foi utilizado primeiro em empresas de marketing para atingir o consumidor e para engajamento dos funcionários aos valores da empresa.

Neste sentido, o termo “Gamificação” criado por Nick Pelling em 2002 se refere primeiro ao deslocamento de toda cultura dos games para os setores de marketing. Alguns objetivos das campanhas de marketing coincidiam com as características dos games como engajamento, mudança de comportamento, interesse e eficiência na realização de tarefas. 

Quando transferimos esta ideia para a sala de aula temos o engajamento dos alunos como indivíduos autônomos dentro do processo de ensino. Neste sentido, o jogo, além de promover o engajamento dos alunos, pode fornecer auto-estima e resolver problemas de insegurança quando abordado coletivamente sem evidenciar a sua natural competitividade.

Para a desenvolvedora de jogos Jane McGonigal, o jogo na sociedade atual não faz parte do ócio e sim integra-se a demanda humana diante das incertezas de diversas ordens, somando-se a todos os tipos de aparatos tecnológicos para promover a sensação de segurança e controle.

Pedro Guimarães – Mestre em música na área de Etnomusicologia pela UNESP. Professor de Música e Arte Educador nas seguintes Instituições: Serviço Social da Indústria (SESI); Centro de Educação Unificada da prefeitura (CEU); Faculdade Anhembi Morumbi; e Instituto Paulo Vanzolini (Formação de Professores). Músico multi-instrumentista e compositor de trilha sonora.

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